Ontém, um milhão, quatro mil e cento e oitenta e três paraibanos vão dormir com a certeza de que não perderam tempo no dia 3 de outubro de 2010. Que não saíram de casa, cumprindo uma obrigação cívica, para decidir o que não tem validade. Vão dormir certos de que a democracia se constrói nas ruas e tem a obrigação de ser referendada nas casas legislativas, nos poderes executivos e nos salões dos tribunais. Cássio Cunha Lima acabou, sem querer, virando mártir de um cenário que não é privilégio apenas da Paraíba, mas de todo Brasil: a instabilidade política que gera a insegurança jurídica. Filhas da pressa e do casuísmo, leis são mal feitas no Congresso e acabam ainda mais deformadas nos tribunais. É preciso definir prévia e objetivamente o que pode e o que não pode num processo democrático de escolha dos representantes. A cada ano, a cada eleição, pode isso e não pode aquilo. Assim que o Congresso Nacional colocou um ponto final no texto do Ficha Limpa, enviou uma consulta pa