Pular para o conteúdo principal

Carlos e Rosalba são acuados; Ruth é descartada

O DEM ferve em Mossoró. Como prefixo, a sigla ganha a corruptela de “demo”, ou seja, “demônio”, gente de comportamento “turbulento”, segundo seus detratores proclamam.
Na política mossoroense é um caldeirão perto de transbordar. Caudaloso. A temperatura é vulcânica. O jogo de poder, vaidades, ressentimentos e “altos” interesses econômicos dão combustão maior às intrigas e cotoveladas nos seus bastidores.
O ambiente interno, no momento, parece de difícil coabitação. Mas todos procuram disfarçar bem as animosidades, porque há consenso quanto a um ponto, não obstante as divergências: dividido, o grupo governista pode ser presa fácil aos adversários.
O DEM está mesmo rachado. O que antes era uma peça monolítica e sólida, sob o comando onipotente do ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), hoje é um corpo trincado. “Ravengar” (apelido que o ex-deputado adotou) não é mais unanimidade.
Carlos e sua mulher, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), querem que a vice-prefeita Ruth Ciarlini (DEM) seja a candidata à Prefeitura de Mossoró, à sucessão da prefeita de direito Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”. Para isso, esboçam uma engenharia que além de esdrúxula, é depreciativa da própria política e suas instituições de Estado.
A aposta é que Fafá denuncie ao cargo, para habilitar legalmente Ruth, irmã de Rosalba, à disputa, sem problemas quanto à legislação que trata de casos de inelegibilidade. Para compensar o “sacrifício” da prima prefeita, Carlos  a colocaria no Tribunal de Contas do Estado (TCE), na condição de conselheira. Cargo vitalício.
Um “plus” é garantir a reeleição do marido de Fafá para deputado estadual em 2014, médico Leonardo Nogueira (DEM) e “espaços” de sua facção no próprio governo municipal de Ruth.
Mas tem uma pedra no meio do caminho, há uma pedra – também Rosado – no meio do caminho dessa arrumação canhestra.
Gustavo aproveita instabilidade do Governo Rosalba e monta estratégia para ampliar seu poder
Prefeito de fato de Mossoró, o agitador cultural Gustavo Rosado, que sequer é do DEM, mas sim do PV, afasta peremptoriamente essa hipótese. E já tem debaixo do braço um “Plano B”. Seu nome à prefeitura, em substituição à irmã, de quem é chefe de Gabinete, é o da vereadora Cláudia Regina (DEM).
- Fafá fica na Prefeitura de Mossoró até o dia 31 de dezembro de 2012 – afirma ele para qualquer interlocutor próximo. Marca posição clara quanto ao pleno cumprimento do mandato de sua irmã.
A princípio, Gustavo investiu todas as fichas na postulação do professor Chico Carlos (PV), uma espécie de ideólogo do próprio governo, titular da pasta da Cidadania. Não vingou. Apesar de todos os aditivos de marketing político, ele não saiu do chão.
Cláudia não é digerida por Carlos e Rosalba. Mas é um nome menos ruim do que o de Chico, aos olhos do casal. Mesmo assim, recheado de restrições de passado e para o futuro, além de relativa autonomia que demonstra. E o fato de ser uma preferência de Gustavo, não aplaca esses senões. É agravante.

Voz ativa
Ela é historicamente ligada ao senador José Agripino (DEM). Fez parte de administração municipal de Rosalba, por indicação dele. Está no primeiro mandato eletivo, conquistado em faixa própria, como um nome de “José” e não de Carlos e Rosalba.
Com sacrifícios político-pessoais assumidos na Câmara de Vereadores, em que foi líder de bancada do governo, Cláudia credenciou-se à confiança de Gustavo e ao apoio de Fátima Rosado.
Cláudia: nome viável
Eleita prefeita, os seus compromissos basilares estarão, logicamente, atrelados ao próprio Gustavo e por extensão a José Agripino. Carlos e Rosalba sabem disso. Os dois tiveram participação distanciada nas gestões de Fafá e estão conscientes que não serão voz ativa num eventual governo de Cláudia.
A robustez de Gustavo, a ponto de partir à imposição de Cláudia, não é apenas pela sua natureza beligerante e o fato de comandar um orçamento que só este ano deve chegar a R$ 500 milhões. Há um aditivo à sua força.
É reflexo, principalmente, da fragilização do Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Se Rosalba estivesse com aceitação nas alturas, o enredo seria outro.
Submerso em greves, sem nada para mostrar e acuado por diversos problemas administrativos, o governo estadual está politicamente descapitalizado para se impor. De forma inversamente proporcional, o governo municipal tem reduzido sobremodo seu desgaste e rejeição. Aí engrossa a voz.
Mesmo com esse cenário de instabilidade, o todo-poderoso Carlos Augusto Rosado ainda tem muita “bala”. O DEM, por exemplo, é amplamente comandado por ele. Sem a disposição de oferecer a legenda para Cláudia, ela não poderá ser candidata por outro partido, sob pena de ser punida por infidelidade partidária.
Até o final de setembro deste ano é imprescindível que Cláudia tenha a garantia de que será candidata. Se Carlos e Rosalba não abraçarem sua “causa”, não terá como concorrer por outro partido. A menos que se arrisque à migração partidária. O DEM, se isso ocorrer, pode pleitear sua cassação.
Ousadia
Sempre interessado em se impor como nova liderança dentro e fora da família, Gustavo investe em Cláudia por uma questão pragmática: ela é viável. Não é uma predileção. As pesquisas constantes que são feitas mostram que a vereadora é capaz de crescer e vencer sobretudo a deputada estadual Larissa Rosado (PSB), concorrente visível.
Rosalba e Carlos: na pressão (Robson Pires)
A aposta é que Cláudia seja eleita, além de ter Chico Carlos desembarcando na Câmara Municipal para presidir essa Casa. Os dois poderes, indiretamente, sob seu bastão. Como já aconteceu num passado não muito remoto, com Carlos Augusto Rosado.
Como Carlos Augusto vai reagir a essa situação inusitada, no papel de líder político do seu grupo, é uma incógnita. Perturbadora, que se diga.
Existem algumas conjecturas a serem feitas. Contudo serão o centro de outras matérias analítico-informativo-opinativas deste Blog, mais adiante.
O DEM ferve em suas profundezas!
E muito.

Carlos Santos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

[VÍDEO] Vendedora ambulante pede ajuda após ser expulsa e impedida por médico de comercializar lanches em frente à clínica em Caicó

Foto/Reprodução Através das redes sociais, a vendedora ambulante Rosário, fez um desabafo pedindo ajuda para trabalhar. Rosário que comercializa lanches em um isopor diz que foi retirada de frente ao Hospital Thiago Dias, pelo médico Thiago Dias onde comercializava suas mercadorias. Segundo relato da vendedora ambulante que tem na venda dos seus lanches o único meio de sustentar sua família, ela afirma que o  médico Thiago Dias pediu para ela sair de frente da sua clínica, para não deixá-la "deselegante"e pediu a mesma para comercializar seus lanches no outro lado da rua. Após o ocorrido, a vendedora ambulante passou a comercializar seus lanches, próximo à uma praça de táxi, mas novamente foi impedida de comercializar seus produtos. A mãe de família diz se sentir injustiçada, e em seu desabafo  pede ajuda para continuar trabalhando. A mesma relatou que procurou o  prefeito de Caicó para resolver sua situação, pois a mesma precisa trabalhar. Veja vídeo abaixo , para assistir

Mistério em Natal(RN)...

Muitos se perguntam em Natal, quem será o patrocinador dos outdoors estampando a foto da pré-candidata Joanna Guerra pela capital?  Até o momento, a resposta é um mistério.

Guerra nas redes

Reprodução/Internet  A frustação em torno do desempenho de Lula nas redes sociais fez o Palácio do Planalto reforçar a atuação da  comunicação na internet (Paulo Pimenta está contratando serviços especiais). Para tentar combater a surras que Lula leva, especialmente quando quer reproduzir o modelo de Jair Bolsonaro com lives no YouTube. O petista acumula perto de 29 milhões de seguidores nas principais redes sociais (Instagram, X, Facebook e Youtube). Bolsonaro tem 60 milhões. As contas apuradas são de redes pessoais e não incluem partidos ou grupos de WhatsApp ou Telegram. O último vídeo publicado por Lula no Youtube obteve 2,2 mil visualizações em oito horas; e de Bolsonaro, 36 mil em cinco horas.