As sucessivas brigas e discussões com colegas de legenda, protagonizadas por José Serra, começam a reforçar as suspeitas dentro do PSDB de que o ex-governador estaria de malas prontas para deixar o partido.
A avaliação feita por alguns tucanos é de que só essa hipótese justificaria o comportamento de Serra nas últimas semanas.
Depois de declarar publicamente que o partido _ hoje com quatro pré-candidatos à prefeitura de São Paulo _ não tem um nome competitivo para disputa municipal do próximo ano, Serra bateu boca pelo telefone com o presidente do PSDB de São Paulo, o deputado Pedro Tobias, e ameaçou não se engajar na campanha, se os tucanos não fecharem uma aliança com o PSD.
Não satisfeito, o ex-governador discutiu feio com o presidente na Juventude Tucana, Paulo Mathias, partidário da pré-candidatura de Bruno Covas à prefeitura de São Paulo.
Contrariado por ter não ter sido citado na revista sobre o Parlamento Jovem, Serra anunciou seu rompimento com o grupo e ainda reclamou por Mathias estar "se intrometendo em questões municipais".
Isso sem falar dos inúmeros embates que Serra vem travando desde o início do ano com dirigentes tucanos, especialmente depois de ter seu nome preterido, primeiro, para dirigir o PSDB e, depois, para a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV).
Desconfortável dentro da legenda, alguns tucanos paulistas prevêem que Serra estaria preparando o terreno para deixar o PSDB.
Na última quarta-feira, a pedido de Serra, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) promoveu um jantar em Brasília para que pudesse estreitar relações com alguns senadores.
Entre os convidados estavam o líder da bancada tucana no Senado, Álvaro Dias (PR), e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), além dos senadores José Agripino (DEM-RN), Cristovam Buarque (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT), Waldemir Moka (PMDB-MS), Cassildo Maldaner (PMDB-SC) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), hoje o tucano mais cotado para representar o partido na disputa presidencial de 2014, não foram convidados.
Há quem aposte que Serra estaria querendo se filiar ao PSD do prefeito de São Paulo e seu amigo Gilberto Kassab.
Mas o fato é que o PSD não quer nem ouvir falar nesta possibilidade, já que muitos dos parlamentares oposicionistas que se filiaram ao partido tinham como objetivo se aproximar do governo Dilma e a presença de Serra na legenda poderia atrapalhar esse movimento.
Outra alternativa de Serra seria o PPS. Orientado pelo ex-governador paulista, o presidente nacional do partido, o deputado Roberto Freire (SP), já teria colocado publicamente a legenda à disposição de Serra.
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