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Política com humildade


Da Roda Viva no Novo Jornal

Nos bons tempos do PDS – registra o folclore político – um coronel dapolítica mineira, cuidando da própria sucessão, decidiu entregar o aprimoramento do seu herdeiro ao velho amigo Tancredo Neves, que o recebeucomo todo o carinho e paciência, sabendo que se tratava de um jovem advogado que gastava toda a sua energia na busca de elementos capazes permitir que ele fosse um político di-
ferenciado e aparelhado para representar bem o seu povo.

Feitas as apresentações, Dr. Tancredo (para deixar o jovem àvontade) colocou-se à disposição para responder qualquer pergunta que ele quisesse fazer, fato que estimulou o discípulo a engatar de primeira:

- Qual é a primeira virtude que um político precisa ter?

- Humildade!

A pronta resposta contrariava a manha de quem sabia a necessidade de pesar, medir e contar as suas palavras, para deixar o espaço para um eventual realinhamento ou negociação, que é o principal fundamento dessa atividade que se defi ne como a arte do possível.

- O problema, Dr. Tancredo, é que eu não sou humilde…

E Tancredo mais uma vez de bate-pronto, contrariando a sua própria natureza, para demonstrar a sua convicção e destacar a importância de uma das poucas coisas que ele considerava inegociáveis na política:

- Então fi nja, meu filho… Finja que é humilde. Ou, então vá fazer outra coisa na vida.

Se essa história aconteceu ou não, ninguém pode afi ançar, mas ela serve para demonstrar a absolta necessidade da adoção da tolerância como um primeiro passo para quem se propõe a assumir algum cargo público, renunciando à convicção de ser dono da verdade e capaz de impor as suas vontades, além de estimular a capacidade de transigir e acomodar. Afinal, o tempo do absolutismo acabou juntamente com a cabeça dos soberanos decapitados na Revolução Francesa, há mais de duzentos anos.

O estado democrático de direito existe para permitir a possi- bilidade de harmonizar diferentes opiniões, respeitando a decisão da maioria, que não pode ser exercida imperialmentre. Mesmo porque a maioria de hoje, pode virar minoria, amanhã. Que o diga Fernando Collor de Melo que, depois de ungido e sacramentado pela maioria absoluta dos brasileiros terminou execrado pela so-
ciedade brasileira.

A criação de um clima de ABC X América, na última quarta- -feira, na Câmara Municipal pode retratar a preponderância da in- transigência que se transforma em irracionalidade. Noves fora a matéria votada, nos seus 400 anos, a casa que existe para viabilizar a pacífi ca convivência dos contrários, revelou o inverso.

Estimular a manutenção da intransigência (de lado a lado) não será bom para Natal e termina contrariando o sentimento, a índo le da grande maioria da população. Campanhas eleitorais existem para que os candidatos, além de propostas, possam se mostrar de corpo inteiro ao eleitorado, com suas virtudes ou defeitos e, sobretudo, o seu preparo para o pleno exercício de um cargo eminente mente político. Do contrário, o preenchimento desses cargos eletivos não seria feito em eleição, mas através de um concurso, que dispensaria o teste de muitas percepções subjetivas sobre o candidato exposto, muitas vezes, ao próprio limite. Para o eleitor avaliar como o candidato vai agir quando eleito.

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