Pular para o conteúdo principal

País precisa de trabalhador qualificado




A falta de trabalhador qualificado é um problema para 65% das empresas industriais brasileiras dos segmentos extrativa e de transformação.

A dificuldade é maior para as de grande e médio porte, mas também atinge as pequenas.

Os dados fazem parte da pesquisa Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado na Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (28), em Brasília.

O estudo, no qual foram consultadas 1.761 empresas entre 1º e 11 de abril deste ano, revela situação semelhante à identificada na edição anterior da pesquisa, em 2011.

Desde então, o problema só perdeu importância para as indústrias de pequeno porte, grupo em que o percentual de entrevistados com problemas para encontrar mão de obra qualificada caiu de 68% para 61%. Entre as de médio porte, o índice se manteve em 66%; já nas de grande porte, houve discreto aumento – de 66% para 68%.

“Desde o fim de 2010, a indústria não cresce e, ainda assim, os empresários têm dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados. À medida que a indústria voltar a crescer, o problema vai se acirrar”, afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, responsável pela pesquisa.

Na análise das ocupações dentro das indústrias, a pesquisa revela que há dificuldade para encontrar profissionais qualificados para todas as áreas, desde operadores para a produção até o nível gerencial.

Os empresários consultados que afirmaram que a falta de trabalhador qualificado é um problema destacam que a escassez é maior entre operadores e técnicos para a produção: 90% disseram ter problemas para encontrar operadores de produção e 80% para trabalhadores de nível técnico (veja tabela). Juntos, esses dois tipos de profissionais respondem por cerca de 70% dos contratados na indústria.

Falta de trabalhador qualificado por área de empresa

Operadores para a produção 90%
Técnicos para a produção 80%
Administrativa 68%
Vendas/marketing 67%
Engenheiros para a produção Gerencial 61%
Gerencial 60%
Pesquisa e desenvolvimento 59%

COMPETITIVIDADE – Ainda de acordo com os empresários entrevistados, a falta de trabalhador prejudica principalmente a busca pela eficiência e a redução de desperdícios.

O aspecto foi referido por 74% dos entrevistados em que a falta de trabalhador qualificado é um problema, seguido por garantia de melhoria da qualidade dos produtos fabricados (61%) e expansão da produção (39%).

A principal saída encontrada para isso tem sido a capacitação dentro das empresas, com atividades desenhadas especificamente para atender à própria realidade, o que é adotado por 81% dos entrevistados em que a falta de trabalhador qualificado é um problema.

Quarenta e três por cento fortalecem a política de retenção do trabalhador (com salários e benefícios) e 38% realizam capacitações fora das empresas.

A estratégia de investir em automação aparece em quinto lugar na lista e é adotada por 24% das empresas (26% entre as de pequeno porte, 24% entre as médias e 21% entre as grandes).

A baixa qualidade da educação básica é referida por 49% dos empresários que lidam com a falta de trabalhador qualificado como o principal obstáculo para investir na qualificação.

Quarenta e três por cento afirmam que existe pouco interesse dos trabalhadores e quarenta e dois por cento dizem que, ao investir em qualificação, a empresa perde o trabalhador para o mercado.

DETALHAMENTO – Outros estudos realizados pela CNI buscam detalhar as razões da falta trabalhador qualificado.

De acordo com o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, a questão está ligada a uma série de fatores que vão desde o nível de escolaridade, a educação voltada para o trabalho até o aspecto comportamental no ambiente laboral.

“A preparação para o trabalho é mais complexa do que simplesmente anos de estudo. Na indústria, são necessários conhecimentos específicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação que acabam por afetar o desempenho e a produtividade dos trabalhadores”, ressalta Lucchesi.

Entre as hipóteses, está a de que conhecimentos e habilidades obtidas pelos trabalhadores na educação formal não atendem ao que os empregadores desejam.

“Nos últimos anos, vimos que o percentual de trabalhadores da indústria com, pelo menos, o ensino médio completo aumentou, mas não detectamos diferenças na percepção da qualidade da mão de obra pelos empregadores”, destaca.

Entre 2007 e 2012, o percentual de trabalhadores da indústria com ensino médio completo passou de 43,1% para 53,4%.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

[VÍDEO] Vendedora ambulante pede ajuda após ser expulsa e impedida por médico de comercializar lanches em frente à clínica em Caicó

Foto/Reprodução Através das redes sociais, a vendedora ambulante Rosário, fez um desabafo pedindo ajuda para trabalhar. Rosário que comercializa lanches em um isopor diz que foi retirada de frente ao Hospital Thiago Dias, pelo médico Thiago Dias onde comercializava suas mercadorias. Segundo relato da vendedora ambulante que tem na venda dos seus lanches o único meio de sustentar sua família, ela afirma que o  médico Thiago Dias pediu para ela sair de frente da sua clínica, para não deixá-la "deselegante"e pediu a mesma para comercializar seus lanches no outro lado da rua. Após o ocorrido, a vendedora ambulante passou a comercializar seus lanches, próximo à uma praça de táxi, mas novamente foi impedida de comercializar seus produtos. A mãe de família diz se sentir injustiçada, e em seu desabafo  pede ajuda para continuar trabalhando. A mesma relatou que procurou o  prefeito de Caicó para resolver sua situação, pois a mesma precisa trabalhar. Veja vídeo abaixo , para assistir

Mistério em Natal(RN)...

Muitos se perguntam em Natal, quem será o patrocinador dos outdoors estampando a foto da pré-candidata Joanna Guerra pela capital?  Até o momento, a resposta é um mistério.

Guerra nas redes

Reprodução/Internet  A frustação em torno do desempenho de Lula nas redes sociais fez o Palácio do Planalto reforçar a atuação da  comunicação na internet (Paulo Pimenta está contratando serviços especiais). Para tentar combater a surras que Lula leva, especialmente quando quer reproduzir o modelo de Jair Bolsonaro com lives no YouTube. O petista acumula perto de 29 milhões de seguidores nas principais redes sociais (Instagram, X, Facebook e Youtube). Bolsonaro tem 60 milhões. As contas apuradas são de redes pessoais e não incluem partidos ou grupos de WhatsApp ou Telegram. O último vídeo publicado por Lula no Youtube obteve 2,2 mil visualizações em oito horas; e de Bolsonaro, 36 mil em cinco horas.