Exames realizados na Paraíba confirmaram o caso de um bebê infectado por chikungunya durante a gestação. Segundo pesquisadores, é o primeiro caso de transmissão da doença de uma gestante para o feto registrado no Brasil.
A doença foi identificada em um bebê de 12 dias que apresentou fortes convulsões após o nascimento. A partir de então, o bebê foi internado em uma unidade de terapia intensiva em Campina Grande, na Paraíba, onde pesquisadores do Instituto Paraibano de Pesquisas Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram os exames.
O alerta foi dado por pediatras do Hospital Municipal da Criança e a equipe da obstetra Adriana Melo, que em 2015 identificou a presença do zika vírus no líquido amniótico de dois fetos com microcefalia, confirmou. Um grupo de pesquisa da obstetra investiga mais outros dois casos de transmissão da doença para fetos na cidade.
Esse tipo de transmissão da doença já havia sido relatado em uma epidemia na Ilha Réunion, no Oceano Índico, entre 2005 e 2006. Entretanto, por não haver registros de casos semelhantes no Brasil, é considerado inédito no país. De acordo com Rivaldo Cunha, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, não há relatos de má-formação nesses casos, contudo podem ocorrer sérios problemas de saúde no bebê, principalmente relacionados ao sistema nervoso.
Desse modo, o resultado dos exames alerta que as gestantes devem reforçar a proteção contra o mosquito Aedes aegypti durante toda a gestação. “Enquanto o maior risco de transmissão do zika ocorre nos primeiros três meses de gravidez, no caso da chikungunya ocorre o oposto. A transmissão para o feto geralmente acontece quando a mãe adoece já no fim da gestação”, afirma Cunha.
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