A falta de soros no Hospital Giselda Trigueiro, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e no atendimento a pessoas atacadas por animais peçonhentos, fez com que a direção da unidade solicitasse à Secretaria Estadual de Educação que recomende aos gestores das escolas públicas e privadas do Rio Grande do Norte evitar aulas de campo em locais onde haja maior risco de ataques por animais peçonhentos ou transmissores da raiva.
O ofício foi encaminhado à Seec na última terça-feira (16) e é assinado pelo diretor-geral do hospital, André Prudente. “Preocupa-nos o fato de recebermos frequentes questionamentos de pais relatando que a escola de seus filhos está organizando visitas ecológicas, piqueniques, passeios ou quaisquer outras modalidades pedagógicas em matas ou parques, incluindo os urbanos. Entendemos que, apesar de importantes, estas atividades expõem os alunos a um maior risco de contato com os supracitados animais, justamente em um momento onde não há garantia de tratamento contra suas agressões”, destacou o diretor no ofício número 2/2019/Sesap – HGT.
André Prudente acrescentou ainda: “Faz-se mister informar que, no momento em que escrevo este documento, o estoque de soros contra a cobra jararaca, ofídio peçonhento que mais provoca acidentes em nossa região, está zerado, assim como o antirrábico”.
De acordo com a direção do hospital, a raiva é uma doença viral com letalidade muito próxima a 100%, transmitida por animais como morcegos, saguis, raposas, equinos, bovinos, suínos, cães, gatos e outros tantos. “Após o ser humano ser exposto ao vírus, por mordedura, arranhadura ou lambedura de qualquer animal infectado, não há outra maneira eficaz de se evitar o óbito que não seja a aplicação de soro e vacina para impedir a instalação da doença”, diz.
Da mesma forma, a aplicação de soro antiveneno é a única medida médica contra as agressões de animais peçonhentos. No Rio Grande do Norte, de acordo com a nota, os principais agressores são a cobras jararacas, cascavéis, cobras corais, além de escorpiões e as aranhas dos tipos armadeiras, aranhas-marrons e viúvas-negras.
A Secretaria Estadual de Educação informou nesta quinta-feira (18) por intermédio de sua assessoria de imprensa, que encaminhou a recomendação às Diretorias Regionais de Educação, e que essas são responsáveis por repassar a recomendação às escolas da rede pública estadual. Quanto à rede particular, a Seec não sabe informar se o documento foi repassado a alguma instituição que as representa.
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