Antigos comandantes guerrilheiros da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-Exército do Povo) anunciaram nesta quinta-feira (29) o retorno à luta armada na Colômbia. O grupo alega o descumprimento dos Acordos de Paz e a perseguição aos ex-militantes da guerrilha. O governo de Iván Duque tem atuado como um fator de desestabilização dos acordos firmados entre as FARC-EP e o estado colombiano, após mais de 50 anos de conflitos.
Os comandantes Iván Márquez, Jesús Santrich e Hernán Darío Velásquez fizeram o anúncio de que voltariam às atividades guerrilheiras. Márquez, que foi um dos negociadores em Havana, invocou o “direito universal dos povos de se levantarem em armas contra a opressão”.
“Desde a assinatura do Acordo de Paz de Havana e do desarme ingênuo da guerrilha a troco de nada, não para a matança. Em dois anos, mais de 500 líderes do movimento social foram assassinados e já se somam 150 ex-guerrilheiros mortos em meio à indolência e à indiferença do Estado… tudo isso, a armadilha, a traição e a perfídia, a modificação unilateral do texto do acordo, o incumprimento dos compromissos por parte do Estado, as montagens judiciais e a insegurança jurídica nos obrigaram a regressar ao monte. Nunca fomos vencidos, nem derrotados ideologicamente, por isso a luta continua. A história registrará em suas páginas que fomos obrigados a retomar as armas”, disse Márquez, em vídeo publicado no YouTube.
A posição, no entanto, não é unânime no grupo, que havia se tornado um partido político – a Força Alternativa Revolucionária do Comum. O diretor do partido, Rodrigo Londoño, o Timochenko, disse que “as maiorias” ainda estão no acordo. “As grandes maiorias seguimos comprometidos com o acordado, mesmo com todas as dificuldades ou perigos que se avizinham, estamos com a paz”, afirmou.
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