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Pacientes morrem no Hospital Municipal de Santa Cruz e famílias apontam descaso


Dois pacientes – um idoso e uma jovem – morreram na tarde desta quinta-feira (28) enquanto recebiam atendimento no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz, no Agreste do Estado. Parentes reclamam de descaso nos dois atendimentos. De acordo com relatos do sogro da jovem, ela sentiu dores no estômago, foi levada à unidade hospitalar, mas demorou muito tempo a ser atendida. Em vídeos que circulam nas redes sociais, a família do idoso, por sua vez, afirma que o Hospital interrompeu a estabilização do paciente para socorrer a jovem, que precisou de oxigênio.

De acordo com João Pereira, sogro da moça, ela se chama Hannah e tinha 26 anos. Após ser medicada no hospital, segundo ele, o quadro da paciente piorou, o que demandou a necessidade de oxigênio. Sem equipamento disponível, os profissionais teriam interrompido a estabilização de um idoso para socorrê-la. Vídeos que circulam na internet mostram o desespero dos familiares. Em um deles, uma mulher, que se identifica como Elizabete, se diz filha do idoso. Ela aparece chorando, enquanto denuncia:

“Isso é um descaso. Meu pai estava no oxigênio, não estava morto. Ele ainda ia viver muito. Aí, chega uma pessoa infartada e o hospital, por negligência, deixa meu pai morrer. Isso não pode acontecer”, diz a mulher. No vídeo, ela afirma que o pai se chama Manoel Ferreira da Silva. “Eu não aguento isso. Meu pai não podia ficar sem o oxigênio em nenhum minuto”, diz ela, aos prantos.

A TRIBUNA DO NORTE não conseguiu contato com os parentes do idoso. Outro vídeo mostra o desespero da família da jovem, que também acusa o hospital de descaso. “A moça chegou com um princípio de infarto e perdeu a vida porque não teve atendimento de urgência. Ela não foi tratada como prioridade”, diz uma pessoa na gravação.

João relatou que Hannah trabalhava em uma fábrica em Santa Cruz, quando sentiu as dores no estômago e foi levada por um colega ao Hospital Aluízio Bezerra. Ela teria dado entrada na unidade por volta das 14h30. Segundo o sogro, a paciente demorou a ser atendida, mas ele não soube dizer quanto tempo levou até que o atendimento fosse realizado.

“Tiraram os aparelhos do idoso para socorrê-la e no final das contas, os dois morreram”, comentou. Hannah deixou um filho de 7 anos. O esposo dela está em viagem a trabalho pelo Norte do País. Ele não quis falar com a reportagem.

Confira a nota da Direção Clínica do Hospital Municipal Aluízio Bezerra na íntegra:

Considerando a veiculação pela imprensa de informações desencontradas e fora de contexto em relação aos fatos ocorridos no último dia 28/07/2022 no Hospital Municipal Aluízio Bezerra (HMAB), a direção clínica do HMAB vem a público esclarecer conforme segue:

1 – Quanto a falta de profissionais médicos no momento das intercorrências, o serviço dispunha de dois médicos plantonistas habilitados junto ao CRM/RN, e em nenhum momento houve desassistência ou omissão de socorro, conforme o registrado no prontuário médico dos pacientes.

2 – No que tange ao mal estar apresentado pela paciente na entrada do hospital, esclarece que a mesma foi prontamente encaminhada para sala de emergência onde recebeu atendimento médico de imediato.

3 – A sala de estabilização é equipada com ventilador mecânico, pontos de oxigênio canalizados, cilindros de oxigênio de retaguarda, além de equipamentos necessários para atendimento de urgência, como desfibrilador, que foi, inclusive, utilizado durante o atendimento à paciente, em nenhum momento houve falta ou desabastecimento de oxigênio ou de qualquer insumo.

4 – Diante das denúncias, estamos apurando minuciosamente todos os fatos. Os corpos foram encaminhados ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) onde aguardamos o resultado das autópsias para melhor esclarecimento.

Nos solidarizamos com as famílias enlutadas, em nome de todos os servidores do HMAB.

Tribuna do Norte

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